segunda-feira, 1 de março de 2010

Como e Porque

Meu nome é Bianca, que em italiano significa clara, e quem me conhece sabe bem o quão clara eu sou. Eu brinco que sou branca palmito. Antes, na adolecência, isto me incomodava muito, mas hoje em dia (estou com 33 anos), estou muito mais bem resolvida na minha "branquitude".
Sendo eu uma branquela, não foi por acaso que o meu filho Luiz Felipe veio ao mundo na versão clara, (a irmãzinha dele Ana Luiza, hoje com 3 aninhos, tem pelo menos uns quatro tons mais escuros que nós dois).
Logo que fiquei sabendo que Luiz Felipe tinha a Anemia Falciforme, fui logo pesquisar, e fiquei muito confusa. Toda a informação que eu encontrava, era sobre a Anemia Falciforme, uma doença da raça negra em sua maioria, peraí, como meu filho branquelo que saiu do meu ventre branquelo, tinha uma doença de negro? Isso não é preconceito não, que fique bem claro, não sou racista, e por isso fui atrás de informações sobre a história de minha família.

Aliás, essa coisa de racismo é uma tremenda idiotice, diga se de passagem, eu (como muitos brasileiros "branquelos") tenho em minhas veias sangue negro, devido aos meus antepassados que foram frutos da miscigenação racial ocorrida na época da imigração forçada de escravos (meu bisavô era negro). O que quero dizer com tudo isso, é que a Anemia Falciforme é predominante na raça negra, mas também afeta pardos e brancos, que é o caso do meu filho.
O negócio é o seguinte: segundo alguns pesquisadores, o gene da Anemia Falciforme é um gene que sofreu uma mutação, esta mutação seria associada a uma resposta do próprio organismo ao ataque do Plasmodiun Falciparun (agente etiológico que causa a malária), sobre as hemácias (glóbulos vermelhos). Esta hipótese pode ser sustentada, pois, no continente Africano a muitos e muitos anos atrás a prevalência da malária era altíssima e também alguns estudos mostram que portadores do Traço Falciforme (que é o meu caso), teriam adquirido imunidade à malária. Então se é que entenderam, esse gene mutante veio lá da África, e com toda essa mistura de raças que temos, acabou que chegou aqui, em mim.




Related Posts:

  • A CuraTanta coisa, tanta informação, pouca solução... Pensei hoje, "pareço uma andarilha numa estrada bem longa, falo com um, escuto outro ali..." Na verdade a "estrada" é a busca incansável por alguma coisa concreta dentre todas a… Read More
  • A dor da minha almaNo Carnaval, eu, Luiz Felipe e Ana Luiza, fomos para Bauru, minha cidade natal, minha mãe e meu pai moram lá e sempre que tem um feriado, pegamos as malas e corremos pra lá. Pra quem não sabe Bauru, interior de São Paulo, é u… Read More
  • Outra CriseFiquei muitos dias sem escrever aqui no blog, infelizmente o Luiz Felipe está com uma outra crise de dor, dessa vez só afetou as articulações do braço esquerdo, mas com muito inchaço e dor... como é horrível isso, mal saiu de… Read More
  • FrioAqui em São Paulo tá um frio danado, e quando começa a esfriar, ou a temperatura muda de forma brusca, independente se pra quente ou frio, em mim a ansiedade aumenta, ai meu Pai, que o Luiz Felipe não sofra com mais uma crise… Read More
  • Falta informação e falta de informaçãoInformação é tudo nesta vida, claro que sem discernimento, qualquer informação fica sem importância.Lembrei da primeira crise do Luiz Felipe, foi no aniversário dele de 1 aninho. Fomos comemorar em Bauru, julho, tava frio, e … Read More

3 comentários:

  1. Adorei seu Blog amore!!! Sei que nem tem nada a ver, mas Bianca em Italiano é branca mesmo, Clara em italiano í Chiara, ok?
    Voltando ao Blog, estamos todos torcendo muito para que o mais breve possível nosso Luis Felipe possa estar curado.
    Bjos
    Valeria

    ResponderExcluir
  2. Lindo seu blog, de chorar...eu sou chorona (ñ cachorona) mesmo, principalmente qdo se trata de familia....sobre o lance da malária, ouvi falar q talassemicos tb eram imunes a malária, depois vou buscar mais info e te falo...bjs amada!

    ResponderExcluir