segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Cura

Tanta coisa, tanta informação, pouca solução... Pensei hoje, "pareço uma andarilha numa estrada bem longa, falo com um, escuto outro ali..." Na verdade a "estrada" é a busca incansável por alguma coisa concreta dentre todas as informações de tratamentos e medicações para a Anemia Falciforme do Luiz Felipe. É tanta coisa, tantas pesquisas, gente opinando e dando pitaco, que eu fico meio zonza, uma andarilha bêbada digamos assim...

Essa coisa da busca pela cura é muito louca, e realmente eu sei que muitas pessoas fazem loucuras para obtê-la. Operações mediúnicas, ervas milagrosas, despacho... A cura, tanta gente precisa de cura, e nessa minha busca pela cura do Luiz Felipe, eu comecei a me curar, me curar de certos preconceitos, me curar da minha impaciência e da minha ansiedade em querer resolver tudo do meu modo e no meu tempo, me curar de algumas fraquezas, enfim, eu vi que todos temos cura, e ela pode acontecer de uma hora pra outra ou vir em um processo, mais longo...

Ah se todos os males tivessem cura, eu aqui continuo na "estrada", e não vou parar, espero também que ninguém pare na busca pela sua cura. A respeito da Anemia Falciforme existem pequisas bacanas sobre o transplante de medula óssea, única esperança de cura para a AF, fora estudos sobre medicamentos, abaixo um link de um artigo da UNESP de Araraquara sobre um medicamento que pode ajudar e muito quem tem Anemia Falciforme.

http://www.jornaloimparcial.com.br/?p=11706

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A CURA (Lulu Santos)

Existirá, em todo porto tremulará
A velha bandeira da vida
Acenderá, todo farol iluminará
Uma ponta de esperança
E se virá, será quando menos se esperar
da onde ninguém imagina
Toda certeza vã não sobrará
pedra sobre pedra
Enquanto isso não nos custa insistir,
na questão do desejo, não deixar se extinguir
Desafiando de vez a noção
Na qual se crê, que o inferno é aqui
Existirá
e toda raça então experimentará
para todo mal, a cura






sábado, 10 de abril de 2010

Frio

Aqui em São Paulo tá um frio danado, e quando começa a esfriar, ou a temperatura muda de forma brusca, independente se pra quente ou frio, em mim a ansiedade aumenta, ai meu Pai, que o Luiz Felipe não sofra com mais uma crise de dor. Pois é, mas se um pedido fizesse alguma diferença... Quinta feira passada, ao chegar da escola, Luiz Felipe começou a se queixar de dor na mãozinha esquerda, puta vida, de novo não, não é justo com ele, a minha vontade é de xingar não sei quem e não sei nem por que, pra falar a verdade eu é que já não aguento ver meu filhote sofrer, ele, no seu mundo de criança, aguenta a dor mais que eu.

Estou aqui falando do frio (clima), mas para encarar esta doença, eu preciso ser um pouco fria sabe? Fria pois tenho que mostrar para o Luiz Felipe que ele não é nenhum coitadinho, afinal ele terá que conviver com a doença para o resto da vida, explico pra que serve cada remédio que ele toma, e ele não acha mais ruim um remédio ruim, pois sabe que vai fazer com que ele fique melhor. Claro que a frieza desaparece quando ele chora de dor, daí eu o pego no colo, o abraço e deixo que a dor dele seja minha também, por que ela é, e talvez ela seja pior pra mim, por que ela me tortura dia e noite, mesmo quando ele não está com dor. Hoje também sou mais fria para explicar para pessoas que perguntam o que ele tem, sou até um pouco mais técnica e científica, no começo eu era muito emocional e acabava me chorando ao dar qualquer explicação sobre a Anemia Falciforme.

É, o frio trouxe a dor, mas eu já comecei a medicá-lo, espero reverter esta crise, já que hoje ele acordou melhor, sem se queixar. Desde pequena eu nunca gostei de frio, não sabia por que, mas hoje eu já sei.